A Entidade Reguladora Independente da Saúde (ERIS) emitiu uma circular informativa sobre as novas orientações para o uso de hidroxicloroquina e cloroquina no contexto de COVID-19.
Direcionada aos Profissionais de Saúde, a Circular Informativa nº 047/ERIS-DRF/2020 informa que a cloroquina e a hidroxicloroquina pertencem ao grupo dos antiparasitários indicados na prevenção e tratamento da malária e doenças autoimunes como poliartrites crónicas – artrite reumatoide e idiopática e lúpus eritematoso.
A utilização da cloroquina e da hidroxicloroquina foi preconizada por diversas linhas de orientação clínica internacionais para o tratamento da COVID-19, por estes medicamentos inibirem o SARS-COV-2 in vitro. A hidroxicloroquina foi a mais indicada por apresentar uma atividade antiviral mais potente comparativamente à cloroquina.
Um estudo com mais de noventa mil doentes com COVID-19, publicado pela revista The Lancet, a 22 maio de 2020, questionou a eficácia e segurança da hidroxicloroquina ou da cloroquina em doentes com COVID-19, pelo que a OMS decidiu suspender a inclusão de novos doentes em tratamento com hidroxicloroquina no ensaio clínico global Solidarity. Após nova avaliação, a OMS volta a recomendar a continuação dos ensaios clínicos com hidroxicloroquina, reconhecendo que não existem evidências de medicamentos que efetivamente reduzem a mortalidade em doentes com COVID-19, e que os ensaios clínicos aleatorizados e controlados são o único meio de obter evidências necessárias e respostas definitivas às potenciais terapias.
Em Cabo Verde, a DCI hidroxicloroquina e cloroquina consta da Lista Nacional de Medicamentos Essenciais, pelo que é de se esperar a presença no mercado.
Apesar de até ao momento não ter havido qualquer notificação neste sentido, a ERIS relembra os Profissionais de Saúde da necessidade de uma monitorização rigorosa dos doentes com COVID-19 em tratamento com estes medicamentos, orientando-os para seguir a recomendação da Circular informativa Ref. nº 038/ERIS-DRF/2020, que indica:
- A utilização acautelada da hidroxicloroquina na gestão da COVID-19, especialmente em doentes com risco acrescido de prolongamento no intervalo QT, onde a monitorização cardíaca deve ser contínua.
A ERIS continuará a acompanhar e a divulgar toda a informação de segurança sobre este assunto.
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